Portugal está fora do Mundial 2011. Com a derrota frente à Roménia os Lobos deixaram o caminho da qualificação... mas nem tudo está perdido.
A exibição no jogo de Sábado mostrou que existem jogadores que (naturalmente) acusam a pressão de jogar estes jogos. E não é para menos. A pouca competição nacional leva-nos a isso. De qualquer das formas há que levantar a cabeça e seguir em frente. O Mundial de 2011 já foi mas ainda vem o de 2015, com muitos jogadores portugueses à perna.
A selecção de 2007 continha jogadores de grande experiência e muitos anos de selecção.
A recente fornalha de jogadores que chegaram à selecção dão-nos garantias de que daqui a uns anos poderemos estar mais fortes e mais compactos como equipa. João Júnior, Joe Gardener, Frederico Oliveira, Francisco Fernandes, Bernardo Costa Duarte, Pedro Silva, Jorge Segurado, entre outros, são jogadores que chegaram à selecção depois do Mundial de 2007 e tiveram que substituir outros nomes que muita experiência a nível internacional e muitos anos de rugby de selecção nas pernas como Miguel Portela, Joaquim Ferreira, Marcelo D'orey, Rui Cordeiro, Frederico Sousa, Diogo Coutinho, Paulo Murinello e Gonçalo Malheiro (só para nomear alguns). Se aos jogadores que apareceram depois de 2007 juntarmos Pedro Leal (25 anos), Pedro Carvalho (25), Sebastião da Cunha (25), Gonçalo Uva (25), Tiago Girão (25), Francisco Mira (24), Pedro Cabral (26), Gonçalo Foro (26), Vasco Uva (27) ou Salvador Palha (26) percebemos que temos jogadores para voltar a lutar por uma presença na maior competição de rugby mundial. E ainda faltam Julien Bardy (23 anos) e Lionel Campergue (24 anos), para além de toda uma geração de grandes jogadores que vêm agora dos sub-21, com muita ambição e muita preparação técnica (evolução dos métodos de treino) e física, que vem a caminho. Veltioven Tavares, Manuel Costa e Rafael Simões são dois exemplos disso. Três jogadores que com apenas 19 anos já são titulares nos seus clubes e internacionais na variante de VII (primeiros dois) ou com jogos de XV nas pernas (Rafael).
Com esta campanha perdeu-se um Mundial mas também se ganhou muito. Os resultados diante a Espanha, a vitória na Alemanha e Roménia e ainda o empate na Geórgia podem ter aberto os olhos à IRB, que poderá abrir uma porta para a entrada de uma equipa portuguesa na Challenge Cup. Ganharam-se jogadores, experiência e mais que isso, aprendeu-se a lição sobre os erros, nomeadamente a necessidade de colocar os jogadores em campeonatos mais competitivos. Se formos a ver os jogadores que actuavam fora do país em 2009 (durante a primeira fase da ENC) temos: Christian Spachuck (ProD2), David Penalva (só fez dois jogos em 2010) (Pro D2), José Pinto (Itália) e Gonçalo Uva (Top 14). 4 jogadores titulares que de um ano para o outro ou se lesionaram ou não estavam disponíveis ou voltaram para Portugal.
João Junior (23 anos) e Francisco Fernandes (24) dão garantias na primeira linha
Esta falta de experiência foi fatal no último jogo, mas ao mesmo tempo existe um factor ainda mais importante que tem que ser trabalhado. Dos 10 jogos, 5 foram jogados em Lisboa. Desses 5 só se ganharam 2 e perderam-se 3(!!). Lá fora, dos 5 jogos ganharam-se 3, empatou-se 1 e perdeu-se outro. Este dado leva-nos a pensar porque é que não se ganham mais jogos em casa? Foi cá que a qualificação nos fugiu! Mais uma vez poderá ser a pressão de jogar diante do seu público que afecta psicologicamente os jogadores? Ou será que em situações de extrema dificuldade como em Tiblissi ou Bucareste que os nosso lobos ultrapassam as dificuldades e se excedem? Uma coisa é certa, eles deram o máximo que podiam.
É preciso que os jogadores das selecções mais jovens sejam ambiciosos e queiram resultados por Portugal.
Campanhas como o Rugby Youth Festival, formação de treinadores, participação de diversas selecções regionais ou nacionais em campeonatos da Europa vão certamente ajudar a que o próximo objectivo (Mundial de 2015) possa ser atingido. É preciso mais jogadores, mais e melhores treinadores e mais condições!! Faltam 5 anos e é preciso pôr mãos à obra. Uma competição interna mais competitiva e a participação em provas internacionais de maior dificuldade ou maior pressão são certamente necessárias.